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publicado no Painel do Leitor - Jornal Folha de São Paulo, de 20/01/10
Profissão:
professor
"Após ler a reportagem "Sobra vaga em curso público
para professor" (Cotidiano, ontem), resolvi partilhar algumas indignações
que eu, professor de filosofia da rede pública do Estado de São
Paulo, tenho sobre a prova de promoção por mérito
implantada pelo secretário de Educação.
Essa prova tem caráter excludente,
haja vista que de todos os aprovados somente 20% recebem o dito aumento,
os demais 80% não. Aos que não receberem o aumento fica
a desculpa de que não têm competência para isso, portanto
devem se contentar com o salário defasado que recebem e com R$
4 por dia trabalhado de auxílio alimentação (eu escrevi
R$ 4, não foi engano meu não...).
Aos 20% aprovados que receberam aumento, ainda
resta uma coisa a fazer: rezar. Rezar para que haja verba para efetuar
o pagamento conquistado.
Resumindo: só ganha aumento quem passar
na prova e tiver sorte. Sem falar que, com essa proposta, estão
vetadas todas as demais formas de aumento salarial. Isso significa que
nós, professores da rede pública do Estado, continuaremos
sem perspectiva de valorização da profissão."
FABIO PEREIRA SOMA, mestre em filosofia pela
Unesp de Marília e professor da rede pública do Estado (Ribeirão
Preto, SP)
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Decálogo
a
ser seguido pelos gestores para a solução dos problemas
de infra-estrutura das Escolas Públicas Estaduais
1
Se não houver merendeira na escola,
não será fornecida a merenda;
2
Se não houver pessoa responsável
pela Biblioteca, ela permanecerá fechada;
3
Se não houver pessoal de secretaria,
de acordo com o módulo, não haverá entrega
de documentos na DE;
4
Se não houver verba para compra
de material e manutenção da sala de informática,
o local não será utilizado;
5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos
no prédio escolar,
não haverá consertos;
6
Se não houver recursos para pintura do prédio, o prédio
não será pintado;
7
Se não houver verba para a contratação
de contador para as escolas, não haverá prestação
de contas à FDE;
8
Se não houver verba suficiente para a contratação
de funcionários pela CLT,
o dinheiro será devolvido;
9
Se a mão-de-obra provisória
não for qualificada, será recusada;
10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar
a escola à comunidade, não serão realizadas
A
nossa escola é, por previsão constitucional, pública
e gratuita. Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos.
Todas
as omissões do Estado, com relação aos itens
acima, deverão ser objetos
de ofícios da direção às Diretorias
Regionais de Ensino, a fim de isentarem o diretor
de eventuais responsabilidades administrativas.
Toda e qualquer ameaça de punição aos diretores
associados da Udemo, por tomarem aquelas atitudes, será objeto
de defesa jurídica por parte do Sindicato, seguida de denúncia
ao Ministério Público e propositura de Ações
Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento
das suas obrigações para com as unidades escolares
e pelos prejuízos causados à comunidade escolar.
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