Revista do Projeto Pedagógico

IV - Orientação aos gestores das unidades escolares

7. Pela Valorização dos Especialistas de Educação

Descaracterização e Desvalorização

Devidos aos graves problemas que a nossa escola enfrenta e à dificuldade em administrá-los, tudo devido à trágica sistemática que o Estado consolidou de sempre retirar o elemento da escola para outras funções, há uma tendência a "pular fora" da escola, sempre que possível. Isso não é solução, nem mesmo paliativo. Devemos lutar na escola, e com ela, para que os problemas sejam resolvidos, e de forma definitiva. Devemos lutar para que os demais órgãos, se mantidos, tenham pessoal próprio, específico e especializado. Lugar de Diretor e Vice é na escola, na comunidade e não na DE ou outros órgãos estranhos à escola. Toda descaracterização de função leva à sua desvalorização.

Todo processo de valorização exige ao mesmo tempo, uma auto-valorização. É sábio o ditado: "Quem não se dá respeito não pode exigir que os outros lhe respeitem". Diretores, Vices, Professores Coordenadores e Supervisores, que não valorizam suas funções, não estimam seus cargos, dificilmente serão respeitados pela comunidade. Muito menos pelo Governo. Devemos conscientizar-nos de que somos importantes e ocupamos cargos de destaque na área social (a Educação) e na escola. Somos educadores que administram todo um processo de educação e um ambiente sócio-cultural. E, como tal, exigimos respeito e reconhecimento. Respeito no dia a dia, nas condições de trabalho, nos salários.

A exigência de respeito e reconhecimento, e a auto-valorização passam, necessariamente, pela auto-crítica. Devemos estar, constantemente, repensando nossas ações, nossas idéias, nossas decisões. Tudo muda; ainda mais rapidamente nos últimos anos. A auto-crítica é parte fundamental do processo de crítica. Mas o objetivo deve ser sempre o mesmo: queremos uma escola pública melhor e para todos. Exigimos condições para atingir tal objetivo.

Auto-Crítica não significa insegurança, fraqueza ou indecisão. Ao contrário, é a capacidade de se auto-analisar e crescer em função dessa análise. Nossa auto-crítica deve levar em conta a necessidade de informação, de evolução da direção, mas, por outro lado, deve ser sempre um elemento de firmeza de decisão e de análise das condições reais de trabalho. Não seremos nós, por exemplo, também responsáveis pela péssima situação em que nos encontramos? Não terá sido a nossa aquiescência a responsável, em grande parte, pelas péssimas condições salariais (e de trabalho) em que nos encontramos atualmente?

Valorizar-se pelo constante aprimoramento

Não se pode admitir que, no mundo atual, em que transformações profundas se operam em horas, em que a ciência e a tecnologia avançam rapidamente, profissionais da educação passem anos e anos, sem quaisquer cursos de atualização, sem acesso a novas bibliografias, sem qualquer reciclagem, e até mesmo sem condições de comprar livros, revistas e jornais. Neste sentido, os cursos de atualização e reciclagem devem estar assegurados em lei, como um direito dos educadores e um dever do Estado; assim como acesso à literatura educacional e aos demais meios de informação e cultura. A Secretaria da Educação deve intensificar e expandir a política de cursos, palestras e debates, de alto nível. Isso deve ser feito com a participação da UDEMO para evitar que tais cursos caiam no proselitismo ideológico, ou na discussão "do sexo dos anjos" ou que sejam realizadas em época imprópria. Em resumo, atualização é capacitação. E capacitação é elemento fundamental na valorização de uma categoria profissional.

Quando não há condições adequadas e salários condignos, não há trabalho eficiente ou produtivo. O melhor cirurgião, com um bisturi enferrujado e material obsoleto, não conseguirá realizar uma boa cirurgia. O melhor jurista, preocupado com o aluguel, com a mensalidade da escola dos filhos, com a conta do supermercado, com o saldo negativo no banco, dificilmente conseguirá dar um parecer em qualquer processo. Salários e condições de trabalho caminham juntos. Nossa luta deve ser também neste sentido. Queremos condições de trabalho e queremos ganhar bem para trabalharmos cada vez mais e melhor.

Escola é um ambiente sócio-cultural. Escola não é simplesmente uma repartição pública. A burocracia, na escola, só pode existir para dar sustentação à parte pedagógica. Esta sim é fundamental; e é com ela que os especialistas devem se envolver em primeiro plano. O processo Ensino-Aprendizagem deve ser priorizado. É necessário, com urgência, inverter o problema. Primeiro, o pedagógico; depois, o burocrático. Além disso, este burocrático deve ser reduzido ao mínimo indispensável e realizado por profissionais específicos (o secretário, o escriturário, etc.). Especialista não é burocrata. Especialista é Gestor-Educador.

Valorizar-se pela promoção de uma escola democrática e participativa

De grande importância para a Direção da Escola é o trabalho com a comunidade. É necessário trazer para dentro da escola os pais, as mães, os membros das associações de bairro, as entidades, etc (ler mais adiante o artigo Escola da Família, espaço para a integração Escola/Comunidade). Esse trabalho conjunto, além de permitir um grande entrosamento escola-comunidade e de servir de avaliação constante do papel da escola, permite, também, uma maior divisão de problemas da direção. Cada segmento recebe uma parte da responsabilidade da vida da escola. Isto não significa abdicar da autoridade da Direção, ou do papel do Diretor. Ao contrário, a direção continua sendo o núcleo máximo e definitivo da execução dos planos e projetos. Não significa "abrir as portas" desordenadamente, de forma a comprometer o próprio trabalho da escola. Também, não significa chamar os alunos (e pais) para perguntar se eles querem estudar Português (ou não), ou quais os conteúdos das disciplinas. Isso é tarefa de quem foi formado, licenciado e contratado para tanto. Participação significa trabalho conjunto, respeitando-se as diversas especificidades.

Em qualquer categoria profissional, a competência, a eficiência, a eficácia são atributos buscados e exigidos. Não são fundamentais apenas para a realização de projetos, mas também para a viabilização de campanhas reivindicatórias. Há dois fatores capazes de sensibilizar os Governos durante uma campanha reivindicatória: a importância do serviço e a competência dos profissionais. Quanto mais competentes, maior será a segurança, maior será o apoio da comunidade, o respeito ou o temor dos Governos. Porém, uma categoria mal informada, mal treinada e ineficiente não terá condições reais de reivindicação, não terá o apoio da comunidade e será tratada como instância de "2ª categoria pelo Governo. Por isso, nós: Diretores, Vices, Supervisores e Professores-Coordenadores, devemos estar sempre lutando em duas frentes: uma, pela constante melhoria e eficácia próprias; outra, pelo reconhecimento do trabalho junto ao Governo.

Valorizar-se pela consciência social

O "Bom Especialista" é um educador eficaz, um administrador sensato, seguro e eficiente. E estes atributos devem ser constantemente avaliados junto à comunidade escolar. Algumas vezes, ser "Bom Especialista" para as DEs, entre outros órgãos da educação, significa ser um burocrata eficiente ou um office-boy produtivo, de luxo. Se tivermos que optar, devemos ser bons Diretores, Vices, PCPs e Supervisores para a comunidade escolar e não para o sistema burocrático. Aliás, só há possibilidade de educação na escola e não nas demais instâncias.

Considerando que a escola pública é hoje, praticamente, a única alternativa para as classes populares (que predominantemente a freqüentam) ascenderem a uma futura condição de estabilidade econômico-social, quebrando a cadeia da miséria que os vem atando num eterno círculo vicioso, aí avulta a responsabilidade social dos especialistas. Neles repousa a possibilidade de encaminhar, com seus docentes, a discussão sobre a necessidade de uma qualidade de ensino a permitir aos discentes a aquisição do patrimônio cultural inserido nos programas. Patrimônio esse que, fatalmente, os libertará daquelas cadeias, uma vez na posse do saber que a sociedade exige. Todo o esforço dos especialistas deverá estar voltado para esse objetivo. O que não se realizar na unidade escolar, nesse sentido, não ocorrerá em qualquer outra esfera da sociedade. Esperar auxílio dos órgãos centrais para esta tarefa seria "esperar Godot", uma vez que, comprovadamente, eles estão na contramão do processo pedagógico e mais fazem atrapalhar do que ajudar.

Assim, qualquer tentativa para melhorar a qualidade de ensino passa forçosamente pelo Diretor, Vice, Supervisor e Professor-Coordenador, conscientes do papel social que desempenham quando abrem, através de propostas renovadoras, perspectivas para que os professores as realizem. Abrir espaços para renovações metodológicas e pedagógicas, não restringir a criatividade é um passo importante para que a escola melhore seu ensino.

O Especialista, socialmente consciente, entende que a escola existe para a comunidade e não para atender exigências dos órgãos centrais da S.E. Muito ao contrário de obediência cega às normas administrativas descabidas, devemos lutar pelo máximo de autonomia para nossas escolas. Sabemos que numerosas normas trabalham contra o competente processo pedagógico. Essa obediência cega, muitas vezes, interrompe experiências significativas, tira sistematicamente o Diretor da Escola, desvia-o de suas funções de educador. Outras vezes, cria ligações indesejáveis com "os de cima", gerando um clima de bajulações e servilismo.
Com isto, não estamos dizendo que não deve haver um clima de cordialidade profissional entre os administradores; e a direção consciente saberá distinguir uma coisa da outra.
É fácil traçar o perfil do bom especialista para "os de cima".

Será aquele que sabe reprimir com eficiência as reivindicações dos professores; o eterno conformista desligado das justas lutas da categoria, sempre temeroso de perigos inexistentes (pretextos para se omitir sempre); aquele que, além de não ser associado de sua entidade de classe, vive a criticá-la por sua "inoperância", mesmo sabendo que muitas das conquistas partiram de movimentos liderados por ela; aquele burocrata sempre preocupado em atender, mesmo em tempo exíguo, todas as determinações legais dos órgãos centrais. Enfim, o que diz "amém" a tudo, sem questionar nada.

Costumeiramente, os órgãos administrativos lançam determinações a serem cumpridas fora dos prazos normais, com certeza para "mostrar serviço" aos mais acima e ser agradável a eles. E lá vai o Diretor e o Vice trabalhar fora do período para atendê-los. Nada mais irracional. Há prazos legais, repetimos, que toda a administração deve respeitar. E tal fato ocorre, porque sempre poucos diretores resistem a determinações absurdas. Rebelar-se contra imposições descabidas é o primeiro passo para Especialistas respeitarem-se e serem respeitados. Mais um passo para a valorização do cargo.

Na medida do possível, os Especialistas devem formar grupos coesos dentro de suas Diretorias e as razões são óbvias: é fácil controlar um Diretor, o difícil é manipulá-los, todos, ao mesmo tempo. E para que a união se fortaleça, é preciso que todas as DEs possuam a sua "Regional da UDEMO"; que se reunam periodicamente para discutir questões do interesse de todos e da educação. Mas o que se observa, principalmente nas DEs de São Paulo e Grande São Paulo, é o isolamento de Diretores, Vices, PCPs e Supervisores, pouquíssimas reuniões e encaminhamento de reinvidicações conjuntas, o que os torna presas fáceis das manipulações dos mais variados teores. Sem essa união, estaremos longe da valorização dos Especialistas, sob todos os pontos de vista.

Sem união, desorganizados nas DEs, como será possível conscientizarem-se os Especialistas de seus papéis políticos na estrutura da Educação Paulista? O isolamento leva à alienação e à falta de criatividade para resolver problemas emergentes do cotidiano. Como valorizar-se, sem estar consciente de sua situação? Como conscientizar-se, sem trocar idéias com os colegas, a fim de passarem a ação política? Deste isolamento resulta a dificuldade de mobilização nos movimentos liderados pela UDEMO visando uma única finalidade: conquistar, cada vez mais, dignidade e reconhecimento para o exercício do cargo de Especialista de Educação. Mas para que essas conquistas se ampliem, faz-se necessário respaldo da categoria como um todo. Isolada, também a UDEMO Central vê limitado seu raio de ação.

Valorizar-se pela liderança nas inovações e no trabalho em equipe

Os Especialistas devem sempre estar na dianteira quanto a propostas inovadoras em suas unidades/DE s, ou então, abrindo espaço para que elas possam ser implementadas. Isso implica assumir uma série de responsabilidades a ser enfrentadas conjuntamente com a comunidade escolar. Este posicionamento implica uma "briga" pela autonomia da escola, quando esta se propõe a realizar atividades não previstas pelos órgãos centrais. Verdade seja dita, a última coisa a preocupar nossos burocratas é o fato de a unidade escolar estar desenvolvendo um belo projeto pedagógico.

Sempre, o trabalho pedagógico deverá ser prioridade de todos os profissionais comprometidos com a educação. Mas, na prática, parece que somente a unidade escolar assume esse compromisso. Cabe, pois aos Especialistas lutarem, no âmbito de sua DE, por um trabalho integrado, que também envolva os Dirigentes. Pedagogizar as DEs, eis a proposta a ser levada em reuniões nas DEs pelos Especialistas. Reuniões específicas para discutir problemas relacionados à educação, troca de experiências entre Especialistas e Dirigentes. Com isto, conseguiremos uma convivência democrática e produtiva que se refletirá positivamente sobre a unidade escolar. Através desta integração, os Supervisores não serão mais encarados como os fiscais dos Diretores. Os Dirigentes Regionais terão uma visão mais objetiva das necessidades da escola. E ambos, Supervisores e Dirigentes Regionais, poderão participar mais ativamente do processo pedagógico, fornecendo a infra-estrutura necessária à melhoria da qualidade de ensino, pois saberão reivindicar com precisão junto aos "de cima ", as reais carências da unidade escolar. O que se observa, entretanto, é, muitas vezes, a existência de um clima de conflitos entre Diretores, Supervisores e Dirigentes, ambos desviados de sua função básica que é dar atendimento material e intelectual às escolas. O Supervisor é sempre encarado como inimigo do Diretor. Nada mais improdutivo e sem sentido. Diante deste quadro, e enquanto não se descobre uma fórmula que conquiste essa integração, devem os Diretores questionar, em conjunto, todas as medidas que resultem em prejuízo para as escolas. Esse questionamento, que demonstra espírito crítico, não pode ser confundido com as famosas "criações de casos". Criações de caso quase sempre refletem posições individualistas e autoritárias em defesa de interesses pessoais, que nada acrescentam às verdadeiras lutas dos Especialistas, na defesa do interesse maior das escolas. E, por último, os Diretores e Vices devem "abrir os olhos" de Supervisores e Dirigentes Regionais de Ensino para a seguinte verdade: esses cargos existem, primordialmente, para resolver e não para criar problemas na unidade escolar.

Dirigir escolas é, antes de tudo, trabalhar por um ambiente em que pessoas envolvidas no processo educacional sintam-se bem, amadureçam na tarefa de ensinar, sintam prazer em realizar seus projetos, sejam reconhecidos pela contribuição, que estão dando ao crescimento do alunado. Isso só é factível num espaço tranqüilo, onde todos se sintam bem. E ninguém melhor do que o Diretor, o Vice e o PCP, conscientes e humanos, para implementar tais condições de trabalho. Nós, Especialistas, devemos ter consciência de que todos, num momento ou noutro, passamos por situações indesejáveis e necessitamos o apoio e compreensão, principalmente por parte daqueles que dirigem a unidade e a Diretoria de Ensino. Ser tolerante para com todos os profissionais, que formam a equipe escolar e atender suas justas reivindicações contribui para uma convivência honesta e transparente e que, de "per si", impede abusos. Podemos compreender que, num determinado dia, um funcionário, um professor não chegue no horário; que cometa algum ato impensado em sala de aula; não entregue no dia marcado o resultado das avaliações. Porém, se tudo isso transformar-se em rotina, a tolerância não pode ser mais encarada como tal, mas como abuso que deve ser extirpado (gostem ou não os relapsos). Mas, temos certeza que numa escola, onde a equipe estabeleceu as regras do jogo, muito dificilmente elas serão quebradas. Evidentemente, numa unidade onde o Diretor mostra-se sistematicamente ausente, desinteressado da vida de seus funcionários, professores e alunos, na qual existam grupos formando facções antagônicas, algumas com apoio do próprio Diretor ou Vice, a tendência é a deterioração das relações humanas em prejuízo, é claro, do ensino e fundamentalmente dos alunos. Como é que surgem as famosas "panelinhas" de professores nas escolas?

Queiramos ou não, somos modelo para toda a comunidade escolar e, principalmente, para os nossos professores. Quando não estamos na escola, em nosso horário de trabalho, é saudável que todos saibam onde nos encontramos. Um Diretor sistematicamente ausente de sua unidade é motivo de comentários desairosos, uns verdadeiros, outros falsos, e isso é mais do que suficiente para comprometer sua imagem. Os Diretores são figuras públicas na comunidade escolar e mil olhos vigiam-nos permanentemente. A autoridade da Direção se reforça na medida que ela é capaz de exigir porque cumpre as suas obrigações. E no caso dos professores, a direção deve ser capaz de conceder tudo, o possível, para exigir o máximo em matéria de qualidade de ensino, assiduidade, comportamento de educador face ao alunado.

Valorizar-se pela dedicação à unidade

O Diretor, o Vice e o PCP não podem e não devem compactuar com ou envolver-se em, irregularidades. Muitas vezes, relacionamentos amistosos levam-nos a tomar atitudes que contrariam normas estabelecidas e justas. Quantos casos chegam ao Jurídico da UDEMO de difícil solução, sobre esta matéria. Embora o Diretor e o Vice não tenham que realizar certas funções na escola, devem manter todos os setores sob sua supervisão. Devem saber tudo o que acontece na escola. Se ignoram determinadas normas, devem informar-se. Agindo desta forma, estarão se antecipando às ocorrências que poderão trazer-lhes enormes "dores de cabeça". Exigir condições de trabalho adequadas para sua unidade deverá estar sempre nas preocupações da Direção. Mas, como, em todas as ações, a Direção também deverá contar com o apoio da comunidade para solução de problemas, uma vez que os pais têm força político-partidária e representam os votos, de que são ciosos os governos. Outro aspecto importante neste item é o posicionamento do Diretor quanto ao respeito ao patrimônio público, em nosso caso, o prédio e o material.

Um Diretor consciente não permitirá, ao assumir seu exercício numa escola em boas condições de funcionamento, que esta se deteriore. Trabalhará junto à SEE e, em último caso, junto à comunidade para a manutenção e conservação de sua unidade. Muitas escolas, hoje em ruínas, devem ter sido algum dia belas escolas. Como chegou-se a esse ponto de destruição? Muitas vezes, pela omissão do Estado, outras, por falta de providências para reparar pequenos estragos que com o tempo transformaram-se em focos de permanente deterioração.

Valorizar-se pela incorporação de valores éticos fundamentais na condução da unidade

O Especialista ideal, cujas características devemos incorporar tanto quanto possível, será:

a) um profissional sempre bem informado, uma vez que está permanentemente em diálogo com toda a comunidade escolar;

b) tolerante, compreensivo e humano para com todos que de uma forma e de outra apresentam problemas que podem ser solucionados. Porém sempre crítico, profissional, e sensato;

c) elemento participante de todas as atividades da escola, estimulando, desde o mais humilde funcionário ao mais complicado professor, a prestarem um serviço público competente e transformador;

d) justo, em suas decisões, uma vez que a justiça é a melhor maneira de exercer a autoridade de que está investido;

e) atencioso para com todos, inclusive pais de alunos com quem, muitas vezes, é difícil o diálogo;

f) estimulador de um trabalho em equipe que, aos poucos, permita observar o funcionamento integral da escola e que possa ter continuidade mesmo com a saída do Diretor, do Vice e do PCP;

g) exigente em relação a um processo pedagógico competente e eficaz;

h) cumpridor de suas obrigações e cioso de seus direitos e das normas que regem seu cargo;

i) crítico e questionador de medidas absurdas encaminhadas pelos órgãos centrais;

j) participante ativo de sua entidade de classe, a UDEMO acatando as decisões tomadas nas diversas instâncias e

l) estimulador da união da categoria em nível de DE pela organização das regionais da UDEMO.

Decálogo
a ser seguido pelos gestores para a solução dos problemas de infra-estrutura das Escolas Públicas Estaduais


1
Se não houver merendeira na escola,
não será fornecida a merenda;

2
Se não houver pessoa responsável pela Biblioteca, ela permanecerá fechada;

3
Se não houver escriturários e secretário,
de acordo com o módulo, não haverá entrega de documentos na DE;

4
Se não houver verba para compra
de material e manutenção da sala de informática, o local não será utilizado;

5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos no prédio escolar,
não haverá consertos;

6

Se não houver recursos para pintura do prédio, o prédio não será pintado;

7

Se não houver verba para a contratação de contador para a escola, não haverá prestação de contas à FDE;

8
Se não houver verba suficiente para a contratação de funcionários pela CLT,
o dinheiro será devolvido;

9
Se a mão-de-obra provisória
não for qualificada, será recusada;

10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar a escola à comunidade, não serão realizadas

A nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita. Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos.

Todas as omissões do Estado, com relação aos itens acima, deverão ser objetos de ofícios da direção às Diretorias Regionais de Ensino, a fim de isentarem o diretor de eventuais responsabilidades administrativas.
Toda e qualquer ameaça de punição aos diretores associados da Udemo, por tomarem aquelas atitudes, será objeto de defesa jurídica por parte do Sindicato, seguida de denúncia ao Ministério Público e propositura de Ações Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento das suas obrigações para com as unidades escolares e pelos prejuízos causados à comunidade escolar.