Revista do Projeto Pedagógico

II - Trabalhando com Alunos: Subsídios e Sugestões

11. O que Avaliar

FOCO DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Verginia Aparecida Mariani

À medida que a ciência e a tecnologia avançam e o saber acumulado cresce, a tarefa de selecionar conteúdos dos cursos torna-se mais difícil. Isto acontece porque entre o momento em que o profissional recebe seu diploma e aquele em que inicia suas atividades profissionais, novas teorias são divulgadas e novos artefatos tecnológicos são lançados no mercado, a ponto de tornarem obsoleta uma boa parte dos conhecimentos adquiridos na escola. Desta forma diante do dinamismo de todo processo produtivo que acontece por conta especialmente da globalização existe um estrangulamento no processo de aprendizagem que não permite o desempenho do profissional que ao iniciar ou continuar exercendo suas atividades acompanhe este dinamismo. Desta forma, a escola reconhece que, ao lado da construção do conhecimento e das habilidades técnicas, é preciso desenvolver no aluno habilidades de pensamento; ele precisa aprender a pensar, a refletir, a analisar, a desenvolver a capacidade de "aprender a aprender", ou seja, a capacidade de auto-aprendizagem. É necessário que o aluno tenha condições de emitir julgamento crítico, de argumentar, defendendo suas idéias, e de criar novas idéias e situações.

Conseqüentemente, a avaliação do desempenho do aluno deve recair sobre dados relativos ao domínio dos conteúdos do curso e das competências profissionais e ao desenvolvimento de habilidades do pensamento. Nos ensinos médio e superior, no entanto, a ênfase deve estar centrada no desenvolvimento de habilidades ditas "superiores", tais como análise, síntese e julgamento ou crítica, podendo também desenvolver conhecimentos e compreensão. Questões que se limitam a comprovar conhecimento e compreensão dos conceitos ou fatos são mais adequadas aos primeiros níveis do ensino. Benjamin Bloom e colaboradores (1972) estabeleceram uma taxonomia das habilidades de pensamento cognitivo que auxilia no estabelecimento de objetivos de ensino e, portanto, de questões avaliativas. De acordo com os autores, o processo cognitivo passa por seis domínios, na seguinte seqüência: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação ou julgamento.

Essas competências cognitivas guardam entre si uma relação hierárquica, de complexidade crescente, em que cada categoria depende do domínio da competência anterior. Assim, por exemplo, não é possível compreender uma idéia, um objetivo sem primeiro conhecê-los; não é possível aplicar um conhecimento ou uma técnica a uma nova situação, se não tivermos o domínio do conhecimento e a compreensão dessa técnica, e assim por diante. Mais recentemente, vários estudiosos pesquisam em busca de um melhor entendimento da mente humana, o que se refletiu nos estudos a respeito do potencial do cérebro (Alencar, 1997), da existência de inteligências múltiplas (Gardner, 1995) e dos processos de pensamento (Danielli, 1996). A Didática, por sua vez, passa a se preocupar com as operações do pensamento, cognitivas, criativas, críticas, valorativa, desde as operações mais simples para estimular o pensamento, como a comparação, a classificação, a observação, até a interpretação, a crítica, passando pela indução, dedução, aplicação, entre outras.

Para que as operações se desenvolvam, é preciso que sejam estimuladas e exercitadas. As operações ordenadas e praticadas com freqüência geram autonomia de pensamento, pensamento crítico. Para atingir tal autonomia, as operações devem se converter em habilidades, que precisam ser fortalecidas e aperfeiçoadas. Se o desenvolvimento das habilidades de pensamento é tão necessário, é preciso que a avaliação também nos diga em que medida ele está sendo efetivado. Gutierrez (1994, p.133) ressalta que "não se trata de avaliar o conteúdo pelo próprio conteúdo, mas o modo como a informação, os conceitos passam a acompanhar processos de reflexão, de crítica, de expressão, de vida em definitivo". Sendo assim, a avaliação é orientada para estabelecer o desenvolvimento das seguintes competências:

  • Capacidade de observação;
  • Capacidade de comparação;
  • Capacidade de análise;
  • Capacidade de síntese;
  • Capacidade de julgamento;
Capacidade de expressão e de comunicação.

A avaliação deve preocupar-se em verificar o desenvolvimento das habilidades do pensamento, pois estas tornam o aluno capaz de se apropriar dos conhecimentos e aplicar estes conhecimentos na resolução de situações, quer seja do seu cotidiano, da sua vida pessoal ou profissional. Desta forma podemos concluir que diante destas constatações em qualquer nível de ensino desde a educação infantil ao ensino superior respeitando a complexidade do processo o foco da avaliação deverá ser as habilidades do pensamento para que possamos dizer em que medida ela está sendo efetivada e planejar novas ações para o desenvolvimento daquelas habilidades pouco estimuladas.


Revista Gestão Universitária - Edição 120

Decálogo
a ser seguido pelos gestores para a solução dos problemas de infra-estrutura das Escolas Públicas Estaduais


1
Se não houver merendeira na escola,
não será fornecida a merenda;

2
Se não houver pessoa responsável pela Biblioteca, ela permanecerá fechada;

3
Se não houver escriturários e secretário,
de acordo com o módulo, não haverá entrega de documentos na DE;

4
Se não houver verba para compra
de material e manutenção da sala de informática, o local não será utilizado;

5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos no prédio escolar,
não haverá consertos;

6

Se não houver recursos para pintura do prédio, o prédio não será pintado;

7

Se não houver verba para a contratação de contador para a escola, não haverá prestação de contas à FDE;

8
Se não houver verba suficiente para a contratação de funcionários pela CLT,
o dinheiro será devolvido;

9
Se a mão-de-obra provisória
não for qualificada, será recusada;

10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar a escola à comunidade, não serão realizadas

A nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita. Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos.

Todas as omissões do Estado, com relação aos itens acima, deverão ser objetos de ofícios da direção às Diretorias Regionais de Ensino, a fim de isentarem o diretor de eventuais responsabilidades administrativas.
Toda e qualquer ameaça de punição aos diretores associados da Udemo, por tomarem aquelas atitudes, será objeto de defesa jurídica por parte do Sindicato, seguida de denúncia ao Ministério Público e propositura de Ações Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento das suas obrigações para com as unidades escolares e pelos prejuízos causados à comunidade escolar.