Revista
do Projeto Pedagógico
I - Elaborando
o Projeto Pedagógico
11.
Plano
de Ensino - Orientações
Diagnóstico
O Diagnóstico tem por fim determinar, através de métodos,
os mais precisos possíveis, a natureza e as causas dos problemas educacionais.
Deve levar em conta o homem ou o modelo de sociedade que desejamos e o campo educacional
em que nos movemos.
Diagnóstico é o confronto entre o ideal
traçado e a prática existente.
É uma leitura e um
juízo de realidade, do mundo e da escola. Referências
básicas para o diagnóstico escolar:
Quanto maior a consistência entre a problematização e as ações
planejadas, melhor e mais útil será o diagnóstico. Se essa
etapa for conduzida pelo grupo de maneira competente, estará preparado
campo seguro para se traçar uma boa programação.
Diagnosticar é detectar o caráter específico da realidade
da escola e identificar as fontes dos problemas a serem superados. Isto significa
que os indicadores sócio-econômicos-educacionais-culturais devem
ser previamente conhecidos para que o planejamento educacional se baseie em uma
análise, a mais precisa possível, do sistema educacional da escola.
O diagnóstico tem o objetivo de reunir dados e
informações suficientes à análise da qual resulta
o estabelecimento de um plano de ação.
Objetivos
Gerais correspondem
a planos de longo e médio prazo; expressam
propósitos mais amplos acerca do papel da escola e do ensino diante das
exigências postas pela realidade social e diante do desenvolvimento da personalidade
dos alunos; definem
as grandes linhas, perspectivas da prática educativa da sociedade brasileira,
que serão depois convertidas em objetivos específicos de cada disciplina,
conforme os níveis escolares e a idade dos alunos.
Objetivos
Específicos correspondem
a planos de curto prazo; referem-se
às ações concretas a realizar; sua
redação deve ser feita no infinitivo; devem
ser ativos, dinâmicos e breves; é
uma ação concreta que contém o que se pretende fazer e o
para quê; determinam
exigências e resultados esperados da atividade dos alunos, referentes a
conhecimentos, atitudes, habilidades e convicções cuja aquisição
e desenvolvimento ocorrem no processo de transmissão/assimilação
e construção do conhecimento nas disciplinas em estudo.
Conteúdos
Conteúdos são conhecimentos ou formas culturais que se considera
essencial que sejam assimilados por estudantes a fim de alcançar seu desenvolvimento
e socialização. São os conhecimentos sistematizados,
selecionados das bases das ciências e dos modos de ação acumulados
pela experiência social da humanidade e organizados para serem ensinados
na escola; são habilidades e hábitos, vinculados aos conhecimentos,
incluindo métodos e procedimentos de aprendizagem e de estudo; são
atitudes e convicções, envolvendo modos de agir, de sentir e de
enfrentar o mundo. Tais elementos dos conteúdos são interdependentes,
um atuando sobre o outro; entretanto, os elementos unificadores são os
conhecimentos sistematizados. A
- Quanto ao Conteúdo:
São
os conhecimentos sistematizados que devem estar associados e articulados em nível
crescente de complexidade de forma a garantir que, a partir de sucessivas aproximações,
o aluno possa aprendê-lo e aplicá-lo. Devem
ser selecionados de forma que sirvam de mediadores para que os alunos compreendam
a realidade. Devem
contemplar os conhecimentos, as atitudes e habilidades nos domínios cognitivos,
afetivos e psicomotores.
Os conteúdos conceituais visam a desenvolver as competências
do educando nas suas relações com símbolos, expressões,
idéias, imagens, representações e nexos, com os quais ele
aprende e ressignifica o real. As competências do aluno materializam-se
através do trato reflexivo de conteúdos específicos de ensino,
em situações problematizadoras, desafiadoras para o grupo (situação
didática planejada pelo professor). A elaboração de conceitos
permite ao aluno vivenciar o conhecimento, elaborar generalizações,
buscar regularidades ressignificando e relacionando a dimensão conceitual
do conteúdo numa perspectiva científica, criativa, produtiva.
A dimensão procedimental do conteúdo envolve
o processo ensino-aprendizagem, articulando três pólos distintos:
a construção de uma lógica, uma pedagogia e uma área
específica de conhecimento. Materializa-se numa perspectiva educacional
dialógica, participativa, compartilhada, bem como no papel desempenhado
pela escola no sentido de ampliar a capacidade reflexiva do aluno acerca da realidade
complexa e contraditória, adotando um compromisso coletivo, interativo,
integrativo, viabilizado com a construção coletiva do projeto político-pedagógico.
Os conteúdos procedimentais expressam um saber fazer que envolve tomar
decisões e realizar uma série de ações, de forma ordenada
e não aleatória, para atingir uma meta. Os mesmos sempre estão
presentes num projeto de ensino, pois uma pesquisa, um experimento, uma síntese,
um festival, uma oficina, são proposições de ações
presentes em sala de aula.
A dimensão atitudinal do conteúdo
está presente no cotidiano escolar, envolvendo valores, atitudes, normas,
posturas que influem nas relações e interações da
comunidade escolar numa perspectiva educacional responsável, valorativa.
Está presente na visão ideológica subjacente ao contexto
pedagógico construído nas interações cotidianas em
que se materializa a produção do saber. A escola é um contexto
socializador, gerador de atitudes relativas ao conhecimento, ao professor, aos
colegas, às disciplinas, às tarefas, à sociedade. A não
compreensão das relações, das atitudes, dos valores, das
normas como conteúdos escolares faz com que estes sejam comunicados, sobretudo
de forma inadvertida.
Entende-se por competências cognitivas modalidades estruturais da
inteligência, operações que o sujeito utiliza para estabelecer
relações com e entre os objetos, situações, fenômenos
e pessoas: observar, representar, imaginar, reconstruir, comparar, classificar,
ordenar, memorizar, interpretar, inferir, criticar, supor, levantar hipóteses,
escolher, decidir, identificar, planejar, dentre outras tantas. B
- Tipologia dos conteúdos
Conteúdos CONCEITUAIS - o
que é preciso saber, conteúdos PROCEDIMENTAIS - o que é preciso
saber fazer e conteúdos ATITUDINAIS - os que admitem ser. Conceituais
- O que é preciso "saber"
Entre outros requisitos, o que permite que os alunos aprendam conceitos de maneira
significativa na escola é: a)
Possuir uma série de saberes pessoais.
b) Contar com professores
dispostos a trabalhar considerando os alunos como centro de sua intervenção.
O
conhecimento em qualquer área requer informação. Para aprender
um conceito, é necessário estabelecer relações significativas
com outros conceitos. Os
objetivos referentes a fatos, conceitos e princípios freqüentemente
são formulados mediante os seguintes verbos: IDENTIFICAR, RECONHECER, CLASSIFICAR,
DESCREVER, COMPARAR, CONHECER, EXPLICAR, RELACIONAR, SITUAR (no espaço
ou no tempo), LEMBRAR, ANALISAR, INFERIR, GENERALIZAR, COMENTAR, INTERPRETAR,
TIRAR CONCLUSÕES, ESBOÇAR, INDICAR, ENUMERAR, ASSINALAR, RESUMIR,
DISTINGÜIR, APLICAR, etc.
Procedimentais
- "saber fazer" O
que implica aprender um conteúdo procedimental provém de seu caráter
de "saber fazer". A característica do saber fazer se refere à
realização de ações e de exercícios de reflexão
sobre a própria atividade e de aplicação em contextos diferenciados.
Torna claro o caráter necessariamente significativo e funcional que deve
ter a contribuição desse conteúdo. Os
objetivos referentes a procedimentos freqüentemente são formulados
mediante os seguintes verbos: MANEJAR, CONFECCIONAR, UTILIZAR, CONSTRUIR, APLICAR,
COLETAR, REPRESENTAR, OBSERVAR, EXPERIMENTAR, TESTAR, ELABORAR, SIMULAR, DEMONSTRAR,
RECONSTRUIR, PLANEJAR, EXECUTAR, COMPOR, etc.
Atitudinais
- "ser"
Tendências ou disposições adquiridas e relativamente duradouras
para avaliar de um modo determinado, um objeto, uma pessoa, um acontecimento ou
situação e atuar de acordo com essa avaliação.
A formação e a mudança de atitudes opera sempre com três
componentes:
Componente
cognitivo (conhecimentos e crenças); Componente
afetivo (sentimentos e preferências); Componente
de conduta (ações manifestas e declaração de intenções);
Os objetivos referentes a valores, normas e atitudes freqüentemente são
formulados mediante os seguintes verbos: COMPORTAR-SE (de acordo com), RESPEITAR,
TOLERAR, APRECIAR, PONDERAR (positiva ou negativamente), ACEITAR, PRATICAR, SER
CONSCIENTE DE, REAGIR A, CONFORMAR-SE COM, AGIR, CONHECER, PERCEBER, ESTAR SENSIBILIZADO,
SENTIR, PRESTAR ATENÇÃO À, INTERESSAR POR, OBEDECER, PERMITIR,
PREOCUPAR-SE COM, DELEITAR-SE COM, RECREAR-SE, PREFERIR, INCLINAR-SE A, TER AUTONOMIA,
PESQUISAR, ESTUDAR, etc.
Orientação
Didático-metodológica
As orientações didático-metodológicas se constituem
na análise das diferentes relações que ocorrem entre alunos-professores
e diferentes variáveis didáticas presentes no processo de ensino-aprendizagem.
Não são receitas de "como ensinar" mas reflexos que orientam
a prática.
Estratégia, segundo o dicionário
eletrônico, é, dentre outros significados, "Arte de aplicar
os meios disponíveis com vista à consecução de objetivos
específicos" ou "Arte de explorar condições favoráveis
com o fim de alcançar objetivos específicos."Ambos os significados
sugerem que trata-se de mecanismos para a consecução de determinados
objetivos previamente estabelecidos. Assim, antes de determinarmos como será
realizado o ensino, por exemplo, é importante que determinemos por quê
e para quê queremos ensinar. Em outras palavras, é importante que
determinemos nossos objetivos e, depois, escolhamos as estratégias necessárias
para que esses objetivos sejam alcançados. Ao perguntarmos por quê
e para quê ensinar, por exemplo, estamos levantando questões essencialmente
filosóficas e cujas respostas revelam muito sobre nossas idiossincrasias,
pontos de vista, concepções; revelam, enfim, toda nossa visão
de mundo. Expõem, mesmo sem querer, o mais profundo de nosso pensamento
e nossas posturas educacionais.
Seleção de instrumentos
e técnicas de avaliação
A seleção dos instrumentos e técnicas deve considerar
as competências e padrões desejados, bem como a natureza da instituição.
É interessante pensar numa conjugação de instrumentos que
permitam captar melhor as diversas dimensões dos domínios das competências
(conhecimentos gerais, habilidades, atitudes e conhecimentos técnicos específicos).
Algumas técnicas e instrumentos poderiam ser pensados, a saber:
Os projetos são instrumentos úteis para avaliar a aprendizagem
na educação escolar, uma vez que permitem verificar as capacidades
de:
representar
objetivos a alcançar; caracterizar
propriedades daquilo que será trabalhado; antecipar
resultados intermediários e finais; escolher
estratégias mais adequadas para a resolução de um Problema; executar
ações para alcançar processos e resultados específicos; avaliar
condições para a resolução do problema; seguir
critérios preestabelecidos.
O projeto pode ser proposto para ser realizado individualmente e em equipes.
Nos projetos em equipe, além das capacidades já descritas, pode-se
verificar, ainda, a presença de algumas atitudes tais como: respeito, capacidade
de ouvir, de tomar decisões em conjunto e de solidariedade. O projeto prevê
que o aluno se transforme em agente multiplicador, disseminando informações,
agindo em conjunto com outras pessoas da comunidade, auxiliando na resolução
de problemas comuns.
Além de técnicas diversificadas para
a avaliação deverão ser utilizados no mínimo três
instrumentos diferentes por bimestre, caracterizando o desempenho dos alunos em
diferentes etapas de seu desenvolvimento. O portfólio é um
instrumento que contempla registros diversos, em momentos significativos de aprendizagem,
proporcionando assim a visualização do processo contínuo
do desenvolvimento, tanto para o professor quanto para o aluno.
Recuperação
Verificar a Indicação CEE 05/98 e Res. SE 27/02.
A
Lei 9.394/96, a LDB, traz na alínea "e" do inciso V do art. 24,
a obrigatoriedade dos estudos de recuperação, de preferência
paralelos ao período letivo, a serem disciplinados pelas instituições
de ensino em seus regimentos.
É
sadia e necessária a participação da família na vida
escolar dos seus filhos, porém, não é recomendável
a transferência de incumbências. Observe-se ainda, que postergar defasagens
detectadas no aprendizado compromete sobremaneira a vida escolar do aluno e compromete
o ensino que se quer de qualidade.
A
partir de 1998, deverão ser observados nos estabelecimentos de ensino os
seguintes pontos:
a)
Os estudos de recuperação ou de outras oportunidades de aprendizagem
serão oferecidos, obrigatoriamente, aos alunos que apresentarem dificuldades
de aprendizagem e deverão ser realizados, de preferência, no decurso
do ano letivo. b)
Revisão do sistema de avaliação da aprendizagem do aluno,
o que implicará em reflexão sobre as concepções de
ensino e de aprendizagem e, como conseqüência sobre a metodologia usada
nos estudos de recuperação, que passarão a constar da proposta
pedagógica, Regimento e Plano de Gestão da instituição
de ensino.
A recuperação será processual (contínua) e paralela.
A processual consiste numa ferramenta constantemente utilizada pelo professor,
durante o ano letivo. Ocorrerá na sala de aula, no momento em que o professor
constatar a existência de dificuldades em algum aluno ou grupo, permitindo
que, após investigadas e corrigidas as falhas, estes possam acompanhar
normalmente as atividades do curso.
A paralela ocorrerá nos termos
da Res. SE 27/2002, com freqüência em outro turno e não necessariamente
com o professor da classe.
O programa de recuperação e reforço da rede estadual inclui
recuperação contínua, paralela e de ciclo. Cabe ao professor
a responsabilidade de avaliar diariamente seus alunos para verificar o seu desempenho.
Se nessa avaliação for constatada dificuldade na aprendizagem, o
aluno é encaminhado para a recuperação contínua, realizada
pelo próprio professor da classe durante o horário normal de aulas,
através de trabalhos diversificados para estimular o aprendizado. Caso
esse esforço não seja suficiente, o aluno é encaminhado para
a recuperação paralela, em que os alunos são divididos em
pequenos grupos de acordo com suas dificuldades. As atividades acontecem em até
cinco horas semanais fora do horário normal de aulas.
Bibliografia
(do plano)
Básica - é referente à área específica do professor.
Complementar - refere-se aos conhecimentos pedagógicos gerais do docente. __________ Supervisores
Responsáveis: José Dujardis da Silva Rosângela Ap. Ferini Maria
de Fátima S. Guatelli Diretoria de Ensino - Região de Bragança
Paulista |
Decálogo
a ser
seguido pelos gestores para a solução dos problemas de infra-estrutura
das Escolas Públicas Estaduais 1
Se não houver merendeira na escola, não
será fornecida a merenda;
2 Se não houver pessoa responsável pela Biblioteca,
ela permanecerá fechada; 3
Se não houver escriturários e secretário, de acordo
com o módulo, não haverá entrega de documentos na DE;
4 Se não houver verba
para compra de material e manutenção da sala de informática,
o local não será utilizado; 5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos no prédio
escolar, não haverá consertos;
6 Se não houver recursos para pintura do prédio,
o prédio não será pintado;
7 Se não houver verba para a contratação
de contador para a escola, não haverá prestação de
contas à FDE; 8 Se
não houver verba suficiente para a contratação de funcionários
pela CLT, o dinheiro será devolvido;
9 Se a mão-de-obra provisória não
for qualificada, será recusada; 10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar a escola
à comunidade, não serão realizadas A
nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita.
Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos. Todas
as omissões do Estado, com relação aos itens acima, deverão
ser objetos de ofícios da direção
às Diretorias Regionais de Ensino, a fim de isentarem o
diretor de eventuais responsabilidades administrativas. Toda e qualquer ameaça
de punição aos diretores associados da Udemo, por tomarem aquelas
atitudes, será objeto de defesa jurídica por parte do Sindicato,
seguida de denúncia ao Ministério Público e propositura de
Ações Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento
das suas obrigações para com as unidades escolares e pelos prejuízos
causados à comunidade escolar. |