Revista
do Projeto Pedagógico
I - Elaborando
o Projeto Pedagógico
6.
Viabilizando
uma Progressão Continuada
Introdução
Na montagem do Projeto Pedagógico foram estabelecidas metas a serem atingidas
pela escola. No que diz respeito ao planejamento e desenvolvimento dos conteúdos,
a atuação dos professores é preponderante. Assim, neste artigo,
vamos nos ater aos docentes, implementadores que são de tudo aquilo que
se propuseram a fazer sobre o Projeto que montaram e pretendem desenvolver ao
longo do ano letivo.
Em primeiro lugar, devemos dizer que o Projeto Pedagógico
da escola não terá eficiência sem que, na montagem dele, se
tenha discutido com profundidade a questão das metodologias, do trabalho
coletivo e aquilo que propicia o trabalho coletivo, qual seja, a interdisciplinaridade.
Por que a interdisciplinaridade garante o trabalho coletivo?
Porque une
os professores em torno de conteúdos que se articulam pelas diversas disciplinas.
Assim a interdisciplinaridade é uma meta a ser alcançada pela escola,
uma vez que propicia o trabalho Coletivo.
Nas primeiras reuniões
de HTPC deverão ser retomadas as "metas" estabelecidas pelos
docentes, uma das quais, e de fundamental importância e a melhoria da qualidade
de ensino. A
questão metodológica e a Progressão Continuada
Uma das metas que qualquer unidade deve ter estabelecido é a que diz respeito
"à melhoria da qualidade de ensino". A questão da melhoria
da qualidade de ensino é um dos pontos básicos do Projeto Pedagógico
da Escola, uma vez que envolve a Progressão Continuada, tão polemizada
na rede pública estadual.
Para conseguir a melhoria da qualidade
de ensino, os professores deveriam discutir a Progressão Continuada (avanço
sistemático e por etapas do aprendizado dos alunos), não no seu
aspecto ideal, mas naquilo que é possível fazer para viabilizá-la,
dentro das limitações vigentes no sistema escolar público.
Como poderiam os professores viabilizar a Progressão Continuada
dentro dos limites do possível? 1-
Olhando o alunado sem preconceitos e prevenções, buscando um relacionamento
baseado no afeto e honestidade de propósitos, mesmo com alunos resistentes
ao diálogo.
2- Abrindo diariamente um espaço, antes do início
das aulas, para conversarem por alguns minutos com a classe sobre assuntos de
interesse das crianças e dos adolescentes. Essa conduta do professor é
o primeiro passo para o bom relacionamento professor/aluno. Todavia, não
devemos esquecer que o bom relacionamento será assegurado pelo trabalho
pedagógico de qualidade. O aluno admira o professor competente que se interessa
por ele.
3- Desenvolvendo aulas dialogadas que unirão o saber incipiente
dos alunos sobre determinado tema com o saber novo desenvolvido pelo professor
ou pesquisado na internet, entre outros meios de comunicação escrito
ou televisivo. Ao dialogar com os alunos, o professor se surpreenderá com
as contribuições dos discentes.
4- Propondo pesquisas, nas
quais os alunos realizem descobertas significativas que contribuam para sua autonomia
intelectual, na perspectiva do "aprender a aprender".
5- Não
permitindo que os conhecimentos significativos dos conteúdos desenvolvidos
durante as aulas se percam pela preocupação em correr com os conteúdos
planejados. Os conteúdos devem se adequar à realidade dos alunos,
e não o contrário.
6- Incorporando a idéia segundo
a qual todos os alunos são capazes de apreender, através de metodologia
fundada em avaliações sistemáticas dos conteúdos trabalhados
nas aulas.
Como deve proceder o professor, para garantir o aprendizado de todos os alunos
de sua classe? Talvez seja mais simples do que se pode imaginar, senão
vejamos: a-
normalmente um determinado conteúdo do Plano de Curso dos professores,
toma três ou quatro aulas. Vamos admitir um conteúdo com tema para
três aulas. O professor estabelecerá, para cada uma das três
aulas, um ou dois objetivos desse conteúdo, para ser alcançado pelos
alunos;
b- cada aula será dividida em 35 minutos de exposição,
se for essa a metodologia adotada pelo professor (aula expositiva) e 15 minutos
de avaliação;
c- em sendo a aula dialogada, os conhecimentos
significativos, do conteúdo exposto com a participação dos
alunos, deverão ser registrados na lousa, pelo professor, e nos cadernos,
pelos alunos;
d- terminada a exposição dialogada, o professor
procurará saber se os alunos compreenderam e assimilaram os conhecimentos
significativos desse conteúdo. Com esses conhecimentos significativos,
elaborarão uma pequena síntese do que foi estudado nessa aula. Portanto,
a aula se conclui com uma avaliação e uma síntese. A síntese
nada mais é que o conjunto dos conhecimentos significativos do conteúdo
trabalhado pelo professor;
e- concluída a terceira aula, grande
parte dos alunos terá incorporado os conhecimentos significativos desses
conteúdos; em seguida, o professor elaborará com os alunos a síntese
final, que é o conjunto dos conhecimentos significativos do tema estudado;
f- restará agora saber se os alunos serão capazes de aplicar esses
conhecimentos significativos em situações novas. Para isso, o professor
criará uma série de situações em que os alunos poderão
aplicar o que aprenderam. Cada disciplina terá suas peculiaridades, na
questão da aplicação dos conhecimentos em situações
novas;
g- aplicar o conhecimento em situações novas é
o que se denomina "aprender a aprender"; h- evidentemente que, apesar
de todo esforço dos professores, haverá aqueles alunos (e com a
avaliação sistemática serão poucos) que não
aprenderam. O professor trabalhará individualmente com esses alunos, ou,
se for o caso, os encaminhará para recuperações paralelas;
i-
outras metodologias podem ser utilizadas pelo professor no desenvolvimento de
suas aulas, mas, sempre levando em consideração avaliações
sistemáticas dos conteúdos trabalhados em sala de aula e a detecção
de falhas de aprendizagem passíveis de serem recuperadas, permitindo o
aprendizado por parte do maior número de alunos.
Haveria algum impedimento para que os professores de Ciências, Matemática,
História, Geografia, Português, Inglês etc. desenvolvessem
o seu trabalho na forma exposta acima? Não! Basta o professor querer realizá-lo.
Como se vê, desenvolver a Progressão Continuada dentro dos
limites e das possibilidades existentes, não é nenhum "bicho
de sete cabeças".
Todo o exposto acima não será
um trabalho individualizado, mas Coletivo. Coletivo, porque fundado na interdisciplinaridade.
Ou seja, o conjunto de professores trabalhando seus conteúdos em torno
de um tema, ou de um centro de interesse, capaz de agregar todas as disciplinas,
visando a demonstrar aos alunos as articulações entre os conhecimentos
científicos e humanos. |
Decálogo
a ser
seguido pelos gestores para a solução dos problemas de infra-estrutura
das Escolas Públicas Estaduais 1
Se não houver merendeira na escola, não
será fornecida a merenda;
2 Se não houver pessoa responsável pela Biblioteca,
ela permanecerá fechada; 3
Se não houver escriturários e secretário, de acordo
com o módulo, não haverá entrega de documentos na DE;
4 Se não houver verba
para compra de material e manutenção da sala de informática,
o local não será utilizado; 5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos no prédio
escolar, não haverá consertos;
6 Se não houver recursos para pintura do prédio,
o prédio não será pintado;
7 Se não houver verba para a contratação
de contador para a escola, não haverá prestação de
contas à FDE; 8 Se
não houver verba suficiente para a contratação de funcionários
pela CLT, o dinheiro será devolvido;
9 Se a mão-de-obra provisória não
for qualificada, será recusada; 10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar a escola
à comunidade, não serão realizadas A
nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita.
Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos. Todas
as omissões do Estado, com relação aos itens acima, deverão
ser objetos de ofícios da direção
às Diretorias Regionais de Ensino, a fim de isentarem o
diretor de eventuais responsabilidades administrativas. Toda e qualquer ameaça
de punição aos diretores associados da Udemo, por tomarem aquelas
atitudes, será objeto de defesa jurídica por parte do Sindicato,
seguida de denúncia ao Ministério Público e propositura de
Ações Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento
das suas obrigações para com as unidades escolares e pelos prejuízos
causados à comunidade escolar. |