Revista
do Projeto Pedagógico
I - Elaborando
o Projeto Pedagógico
5.
O Sistema de Ciclos e a Progressão Continuada
As
escolas públicas estaduais trabalham no Sistema de Ciclos e de Progressão
Continuada?
Vivemos uma profunda contradição no que diz respeito ao processo
pedagógico das escolas públicas estaduais.
Desde 1998, Ciclos
e Progressão Continuada foram implantados na rede, sem que na realidade
tivessem sido concretizados no Plano de Gestão, no Projeto Pedagógico,
no Plano de Ensino e nas salas de aula das escolas estaduais.
Passados
quase cinco anos:
1- as escolas continuam trabalhando o sistema seriado
em seus aspectos positivos e negativos; e o mais grave, um sistema seriado que
não admite retenção;
2- os planejamentos são anuais;
3-
permanecem as avaliações bimestrais e final um tanto camufladas;
4-
alunos são promovidos para séries seguintes sem condições
de acompanhá-las - promoção automática -, contrariando
os princípios contidos no Sistema de Ciclos e na Progressão Continuada
nos quais o aprendizado deveria dar-se ao longo de 4 anos, respeitando-se o ritmo
de cada aluno.
"O
ciclo de aprendizagem é visto em geral como uma etapa da escolaridade de
pelo menos dois anos escolares, idealmente de três ou quatro. Os alunos
que ingressam no ciclo o percorrem juntos, sob a responsabilidade dos mesmos professores.
Os percursos de formação são individualizados, mas não
há repetência nem qualquer seleção ou certificação
durante o ciclo. A avaliação é formativa; ela permite comandar
as aprendizagens e os percursos de formação de modo que todos os
alunos atinjam:
a- os objetivos de final de ciclo;
b- os conhecimentos
e,
c- as habilidades e competências
Os ciclos de aprendizagem oferecem a oportunidade de transformar a organização
individual do trabalho, acrescentando-lhe dispositivos inéditos que a grade
de horário tradicional e o confinamento dos professores em suas salas de
aula não permitem sequer imaginar. Eles (os ciclos) obrigam os professores
a abandonar a "ordem escolar estabelecida", confrontando-os com a necessidade
de planejar e de reinventar a organização do trabalho em função
das necessidades e das prioridades não apenas dos alunos, mas também
de seus colegas de equipe. Para fazer valer o seu ponto de vista diante de seus
colegas, o professor deve desenvolver competências de comunicação
e de negociação das quais não necessitava para gerir sua
classe como "único professor a bordo".*"
Por
que a implantação dos ciclose a progressão não se
concretizaram?
Em São Paulo foram estabelecidos, para os oito anos de Ensino Fundamental,
dois ciclos de quatro anos de aprendizagem: os quatro primeiros anos dedicados
ao Ciclo I e os derradeiros ao Ciclo II.
Quando de sua implantação,
houve por parte do magistério séria oposição aos Ciclos
e Progressão Continuada determinada, cremos, pela inexistência de
amplo debate, sobre a matéria, entre SEE e profissionais das escolas.
A secretária de educação, na época, alegou que qualquer
discussão com a rede faria com que direção e professores
rejeitassem a inovação, fato que inviabilizaria a introdução
de Ciclos e da Progressão Continuada.
Na verdade, a secretária
da educação não quis debater Ciclos e Progressão Continuada,
simplesmente porque, para o sucesso dessas inovações, haveria necessidade
de investimentos governamentais na rede pública, e os representantes do
magistério, com certeza, proporiam:
1-
reestruturação da escola no sentido de:
a- diminuir a carga
de trabalho dos professores do Ciclo II, concedendo-lhes tempo maior para atender
às novas tarefas exigidas pela nova forma de trabalhar com os alunos;
b-
fixar os professores em suas unidades, mesmo os OFAs, com a criação
da Jornada Opcional de 40 horas para todos os professores, sejam, OFAs ou efetivos,
posto que o Sistema de Ciclos impõe o acompanhamento das classes pelos
mesmos professores durante os quatro anos de cada ciclo;
c- desenvolver capacitações
que ensinassem os professores a trabalhar no Sistema de Ciclos e Progressão
Continuada, visto que essas inovações são extremamente complexas
e visam a alterar arraigadas práticas docentes difíceis de serem
mudadas da noite para o dia, entre as quais a "avaliação classificatória",
na qual não se respeita o ritmo e a capacidade de cada aluno. Lembremos
que o Sistema de Ciclos e a Progressão Continuada ainda constituem experiências
inconclusas em escolas de países do primeiro mundo.
2-
melhores remunerações para o núcleo de direção,
supervisão e docentes, para estimular os profissionais às exigentes
formas de trabalho diretivo e docente determinadas pelas inovações
e,
3-
autonomia administrativa e pedagógica, a fim de que as escolas pudessem
melhor agrupar os alunos, reestruturar a grade curricular, equilibrando o número
de aulas de cada componente, possibilitando a criação de equipes
para acompanhar as classes durante quatro anos e desenvolver programas baseados
nos Parâmetros Curriculares, compatíveis com as exigências
do Sistema de Ciclos e Progressão Continuada.
Diálogo algum teve lugar na rede. Ciclos e Progressão Continuada
foram introduzidos à revelia e pouco se importou a SEE se a implementação
foi real ou não, pois mesmo sem serem corretamente aplicadas, asseguravam
a eliminação das retenções, talvez o grande objetivo
da SEE.
Como não ocorreu a capacitação de professores
para desenvolver com sucesso as inovações, a Progressão Continuada
transformou-se em promoção automática.
Sem uma ampla
capacitação da rede para concretizar o Sistema de Ciclos e a Progressão
Continuada, grande parte das escolas continuou a trabalhar de forma rotineira,
ou seja, montando anualmente seu Plano de Ensino com conteúdos tradicionais
desenvolvidos com a maior ou menor eficiência, dependendo da qualidade do
corpo diretivo e docente das unidades.
Através do trabalho seriado,
anterior às inovações, a escola mantinha a idéia segundo
a qual ao final do ano letivo os alunos de cada classe deveriam ter aprendido
uma certa quantidade de conteúdos. Ora, como esse pressuposto jamais se
concretizou no sistema seriado, pois muitos alunos não incorporavam esses
conteúdos, as reprovações constituíam uma constante
na rede estadual de ensino.
O desconhecimento do que fossem Ciclos e
Progressão Continuada e a manutenção do sistema seriado estabeleciam
uma terrível contradição:
a- por um lado impossibilitavam
um processo pedagógico no qual todos os alunos pudessem aprender;
b-
por outro, de acordo com as inovações implantadas (mas não
obedecidas pelas escolas), eliminava-se a retenção, e, como conseqüência,
os alunos passaram a ser promovidos sem aproveitamento.
Mas "não
adianta chorar sobre o leite derramado". Só podemos combater a promoção
automática de alunos e elevar o nível de ensino, propondo-nos a:
a-
implementar, em nossas escolas, um Sistema de Ciclos e de Progressão Continuada
"possíveis";
b- continuar a luta sindical por uma reestruturação
da rede que permita ao núcleo de direção e docentes concretizarem
plenamente as inovações.
A
estruturação de um Sistema de Ciclose Progressão Continuada,
"possíveis"
Por que o Sistema de Ciclos e Progressão Continuada podem constituir avanços
na aprendizagem dos alunos?
1- Porque no Sistema de Ciclos e Progressão
Continuada a aprendizagem está centrada no aluno através da atenção
que o professor, obrigatoriamente, dará àqueles que apresentam dificuldades
de aprendizagem ao longo do ciclo de quatro anos;
2- Porque a escola estabelece
objetivos e metas para final do ciclo, que os alunos atingirão, cada um
a seu tempo, por meio da Progressão Continuada;
3- Porque elimina-se
o sistema classificatório, ou seja, aquele em que a produção
de um determinado aluno é comparada com os demais, como se todos os discentes
apresentassem o mesmo ritmo de aprendizagem. No sistema de ciclos avalia-se o
aluno individualmente e constantemente, devendo o professor corrigir-lhe as deficiências
no momento em que elas se apresentarem e através de estudos de recuperação
paralela;
4- Porque não existe a preocupação em "correr
com os programas" visto que os objetivos estabelecidos deverão ser
alcançados em quatro anos e não ao final de cada ano, como ocorre
com o sistema seriado;
5- Porque as escolas tenderão a formar equipes
que permanecerão durante quatro anos com a mesma classe, gozando ampla
autonomia na elaboração de seu planejamento e no seu trabalho em
sala de aula; contudo, responsabilizando-se pelos resultados ao final do Ciclo.
Na rede pública estadual, para conseguir uma equipe que permaneça
quatro anos com as mesmas classes, seria necessário fixar os professores
na unidade, mesmo os OFAs. Enquanto não se consegue essa alteração
na legislação, o jeito é formar equipes com professores efetivos;
6-
Porque levará o professor a conhecer individualmente seus alunos, acompanhando
a evolução e os problemas de aprendizagem dos discentes através
de ficha descritiva, que demonstre os avanços e dificuldades de cada um
deles. Esta ficha descritiva, para uso dos professores do Ciclo II, deve ser bastante
simples e objetiva, uma vez que muitos docentes trabalham, em média, com
300, 400, ou mais alunos, enquanto o professor do Ciclo I atende 35 ou 40 discentes.
De
que maneira funciona o Sistema de Ciclos?
O Sistema de Ciclos é um processo através do qual a aprendizagem
se dá por etapas ou fases, cujos conteúdos significativos são
avaliados sistematicamente para se alcançar os objetivos de final de Ciclo.
No Sistema de Ciclos, respeita-se o ritmo e a capacidade dos alunos, ou grupo
de alunos, ao longo de quatro anos.
Nesse aspecto, os Ciclos substituem,
com vantagem, o sistema seriado, uma vez que a seriação, teoricamente,
determinaria a assimilação dos conteúdos propostos e desenvolvidos
pelos professores, avaliados bimestralmente e no final do ano letivo. Os alunos
que não conseguem assimilar uma certa quantidade desses conteúdos
permaneceriam na mesma série, ou seja, seriam retidos.
Se considerarmos
que o porcentual de retenção já estava atingindo 20% dos
alunos da rede pública estadual à época da implantação
dos Ciclos e da Progressão Continuada, imagine-se o tamanho da exclusão,
se as coisas continuassem as mesmas. A tendência seria o aumento da retenção
e evasão escolares. Todavia, promover automaticamente os alunos não
resolve o problema.
O que seriam diferentes ritmos de aprendizagem no
Sistema de Ciclos e Progressão Continuada? Vamos dar um exemplo:
a-
a professora X observa que Joãozinho, aluno de 1ª série do
Ciclo I e alguns poucos coleguinhas não conseguem alfabetizar-se no mesmo
tempo que Zezinho e a maioria da classe.
b- Joãozinho e alguns outros
colegas da classe, uma minoria é claro, necessitarão de maior atenção
da professora, enquanto que Zézinho e sua turma avançam com grande
facilidade na alfabetização.
c- O que geralmente aconteceria
no sistema seriado, neste caso? Joãozinho e seu grupo, depois de alguns
meses de estudos, não conseguindo o aproveitamento alcançado por
Zezinho e sua turma, geralmente, seriam marginalizados.
d- o professor
prossegue seu trabalho com os alunos que estão aprendendo. Alega que Joãozinho
e seu grupo são muito preguiçosos e desinteressados; "não
apreendem mesmo!"
e- no sistema seriado, Joãozinho e seus colegas
seriam reprovados. Mas no Sistema de Ciclos, vigente na rede, não existe
reprovação. Chegando ao final do ano Joãozinho e seu grupo
com baixo nível de alfabetização são promovidos, sem
aproveitamento, por um professora que pouco fez para corrigir-lhes as deficiências
de aprendizagem. E não o fez, provavelmente, porque "não sabia
como Joãozinho e seu grupo poderiam apreender", pois na verdade ela
não trabalha no sistema de Ciclos e não entende a Progressão
Continuada. Ela é uma entre milhares de professoras que precisaria ser
capacitada para essas inovações.
f- Todavia Joãozinho
e seu grupo, se nada for feito, poderão concluir o Ciclo I despreparados.
No sistema de Ciclos e Progressão Continuada, com professores capacitados,
a distorção descrita acima não ocorreria porque:
a-
a professora acompanharia a classe ao longo de quatro anos, para atingir os objetivos
de final de ciclo (entre os quais, a alfabetização dos alunos) a
serem avaliados ao final desse período;
b- Seria respeitado o ritmo
dos alunos, pois, avaliações sistemáticas demonstrariam a
necessidade de atenção especial para com os alunos ou grupo de alunos
que apresentassem dificuldades, buscando essa professora soluções
para os problemas de aprendizagem desses discentes;
c- A professora, portanto,
envidaria todos os seus esforços para atingir os objetivos propostos, pois
se seus alunos apresentassem deficiências graves ao final de quatro anos,
ela ficaria numa situação muito difícil, perante os pais,
alunos e a escola.
"As equipes de ciclos devem desenvolver uma visão
comum tanto dos objetivos de aprendizagem quanto, também, da evolução
de seus alunos e das dificuldades encontradas por eles. Em vista disso, observarão
seus alunos regular e sistematicamente e confrontarão suas observações,
a fim de chegar a uma compreensão de suas progressões, tão
completa e objetiva quanto possível.
Para poder mensurar o caminho
percorrido, para serem capazes de determinar as etapas de aprendizagem seguintes,
e mesmo as regulações individuais ou coletivas, as equipes devem
ser capazes de distinguir as etapas decisivas de progressão que permitirão
aos alunos concluí-las e atingir os objetivos de final de curso, bem como
inventar dispositivos de aprendizagem que respondam, de um modo ou de outro, às
necessidades individuais de seus alunos. O desafio consiste em criar o equilíbrio
necessário entre as abordagens coletivas e condutas individualizadas, em
recorrer tanto às ferramentas tradicionais que se mostraram valiosas quanto
às abordagens mais insólitas que, talvez, para um determinado momento
pudessem resolver um problema particular, ou ajudá-lo a dar sentido às
aprendizagens e aos esforços que são exigidos dele".*
No
Sistema de Ciclos, como já dissemos, a escola estabeleceria objetivos para
serem alcançados pelos alunos ao final de quatro anos.
Que objetivos
seriam esses?
Ao final de quatro anos de estudos no Ciclo I o que
esperaríamos dos alunos? Esperaríamos, por exemcplo:
"
que estejam alfabetizados ao ponto de comunicarem-se por escrito e oralmente de
acordo com o que foi definido nos objetivos traçados pela escola;
"
que apliquem as quatro operações para resolver problemas;
"
que sejam capazes de reconhecer figuras geométricas;
" que tenham
incorporado habilidades e competências relativas ao seu nível de
aprendizagem, sendo, pois, capazes de descobrir, por si próprios, conhecimentos
simples.
Ao final de quatro anos de estudos do Ciclo II, o que esperaríamos dos
adolescentes?
Que tivessem incorporado princípios de cidadania e os
objetivos e metas das disciplinas inseridas às páginas 14 e 15 do
Projeto Pedagógico.
Com base nesses objetivos:
1- seria estruturado o Projeto Pedagógico
e o Plano de Ensino para quatro anos, com base nos objetivos de final de Ciclo
estabelecidos pelo núcleo de direção, coletivo docente e,
se possível, com a participação também de funcionários,
pais e alunos. Ainda com base nesses objetivos de final de Ciclo, seriam planejados
os conteúdos das disciplinas; portanto, o Projeto Pedagógico e o
Plano de Ensino da Escola não serão para um, mas para quatro anos;
2- No desenvolvimento dos conteúdos significativos planejados, seriam estabelecidas
habilidades e competências capazes de levar o aluno, ao longo do processo,
a descobrir por si mesmo o conhecimento que procura ou necessita. A incorporação
de habilidades e competências contribuirá para a autonomia intelectual
do aluno, levando-o a compreender o mundo que o cerca e disputar com sucesso seu
espaço no mercado de trabalho.
O Sistema de Ciclos é viabilizado
pela Progressão Continuada na medida em que, ao longo de quatro anos, os
professores selecionarão conteúdos significativos na preparação
de suas aulas, levando em consideração o ritmo dos alunos.
Esses
conteúdos, bem preparados, devem:
1-
levar os alunos a atingir objetivos específicos em cada aula, que podem
ser colocados em forma de problemas;
2- ser trabalhados por meio de técnicas
variadas, entre as quais, aulas dialogadas, nas quais o professor procurará
tirar do aluno o que ele sabe sobre esse conteúdo, buscando unir o conhecimento
rudimentar do discente com o novo, exposto pelo professor;
3- ser avaliados
nos últimos quinze minutos da aula, ainda dialogando-se com os alunos,
para saber o grau de aprendizado do conteúdo desenvolvido naquela aula;
4- ser objeto de verificação da capacidade de os alunos
aplicarem os conhecimentos adquiridos em situações novas, ou seja,
saber se os alunos realmente incorporaram habilidades e competências com
aqueles conteúdos.
Em
direção a uma nova escola
O sistema de Ciclos e Progressão
Continuada, não compreendido por muitos, causou forte impacto na rede e
mexeu com os professores, que receberam muito mal essas inovações.
Essas inovações procuravam eliminar o caráter punitivo das
avaliações, poderosa arma, usada por muitos professores para impor
um certo conformismo aos alunos e controlar a disciplina em sala de aula.
Antes do Sistema de Ciclos e da Progressão Continuada, a idéia era
a de que se estudava para passar de ano. Com essas inovações, a
idéia predominante passou a ser: estudar para aprender.
Estudar para
aprender, portanto, tornou-se o grande desafio colocado às escolas e aos
professores: trata-se, pois, de convencer os alunos da importância da aprendizagem
para a sua formação integral, mormente a dos adolescentes.
Para o estabelecimento desse novo sentido é necessário, primeiramente,
alterar a forma "certificativa" (estudar para tirar diploma) com a qual
o sistema de seriação sempre funcionou.
Essa forma garantia
ao professor, que recebia as turmas a cada inicio do ano, a certeza que poderia
trabalhar como sempre o fazia: cumprindo um mesmo programa previamente estabelecido,
em que abordava os conteúdos disciplinares sempre de uma maneira que privilegiava
apenas a complexidade dos conteúdos em relação a eles próprios,
e não a sua complexidade de compreensão para os alunos.
Outra característica é a utilização de um único
procedimento didático de ensino para toda a turma, no qual se segue com
uma mesma abordagem em um mesmo ritmo de ensino para todos, indistintamente
Concluindo
De que maneira, direção e PCP introduziriam um Sistema de Ciclos
e Progressão Continuada "possíveis" em sua escola, durante
o planejamento?
1-
reunindo o coletivo docente para uma ampla discussão sobre o significado
dessas inovações, com base em textos pertinentes;
2- estimulando
os professores a formarem equipes que acompanhariam as mesmas classes ao longo
de quatro anos. A escola não deve impor a participação de
todos, a não ser que haja consenso entre os professores no sentido de participarem,
pois a escola deverá iniciar o trabalho com os docentes interessados;
3-
estabelecendo, durante o planejamento, os objetivos de final de ciclo para todas
as disciplinas, a serem alcançados pelos alunos;
4-
elaborando a partir dos "objetivos de final de ciclo" o planejamento
das disciplinas, ou seja, o Plano de Ensino;
5-
estimulando as equipes a discutir e propor inovações metodológicas
para a consecução de um processo pedagógico ao mesmo tempo
de qualidade, agradável e motivador para os alunos e elaborar fichas de
acompanhamento dos progressos e problemas de aprendizagem dos discentes;
6-
fornecendo subsídios para discussão e implementação
de habilidades e competências a fim de que os professores possam desenvolvê-las
com seus alunos, levando-os a "aprender a aprender";
7- levando
os professores a implementar a Progressão Continuada, por meio de conteúdos
desenvolvidos através de aulas expositivas-dialogadas, seminários,
painéis, análise de texto, entre outros métodos dinâmicos,
a serem utilizados pelos professores. Serão estabelecidos objetivos a serem
alcançados pelos alunos durante essa(s) aula(s). Essa(as) aula(as) terá(ão),
sempre, uma divisão de tempo: um tempo para exposição (30
a 35 minutos) e outro tempo para avaliação, síntese dos conteúdos
e desenvolvimento e aferição de habilidades e competências
(15 a 20 minutos). A avaliação se desenvolverá por meio do
diálogo professor/aluno. Habilidades e competências serão
apuradas a partir da verificação da capacidade de os alunos aplicarem
os conhecimentos significativos aprendidos, nas diversas disciplinas e em situações
novas. Assim procedendo, o professor terá a possibilidade de sanar falhas
de aprendizagem no momento em que elas aparecerem.
8- avaliando, ao lado
do coletivo docente, as fases do processo de aprendizagem dos alunos, a fim de
impedir distorções ao longo dos quatro anos;
9- propondo,
na construção do Projeto Pedagógico da escola, o desenvolvimento
de Projetos interdisciplinares, nos quais as equipes trabalhem coletivamente;
10-
assumindo, o coletivo, total responsabilidade pelos resultados do Sistema de Ciclos
e Progressão Continuada adotado pela escola em seu Projeto Pedagógico,
em seu Plano de Curso e em seu Plano de Gestão.
Bibliografia:
*Mônica
Gather Thurler -
Texto: "Quais as Competências para operar em Ciclos
de Aprendizagem", in Revista Pátio, Ano V, n° 17, Maio/Julho 2001.