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Matéria publicada no jornal "Oeste Notícias", em 19/09/2010.

Violência afasta alunos de escola

Mães denunciam a presença de estranhos na unidade de ensino, falta de segurança, vandalismo e brigas

Pais e alunos da Escola Estadual Francisco Pessoa, no Ana Jacinta, em Presidente Prudente, denunciam a falta de segurança, vandalismo e trânsito livre de desconhecidos na unidade. Ações, viabilizadas por mães, por alguns estudantes, Ministério Público e Polícia Militar, Polícia Civil e Conseg-Sul (Conselho Comunitário de Segurança) visam diminuir os problemas existentes. A direção da escola nega as ocorrências.

“Meus filhos não conseguem estudar”, disse uma mão, que tem filhos matriculados na instituição. Segundo algumas delas, que preferiram não serem identificadas com medo de represálias, os problemas enfrentados dentro da escola chegaram a um limite insuportável.

“Existem vários grupos de delinqüentes que intimidam professores e inspetores que ficam à mercê das maldades. Os alunos entram e saem quando eles querem e ninguém consegue segurá-los. Tenho conhecimento de brigas ocorridas em que a inspetora foi apartar e apanhou também. Como se não bastasse, pegaram o celular dela e quebraram”, relatou uma mãe.

Outra, que retirou os dois filhos da escola, cita mais abusos cometidos: “Meus filhos são pequenos e comecei a ver que lá não tinha controle. Eles viam adolescentes fumando cigarros ou maconha e mostravam as revistas pornográficas para as crianças”, revelou.

Mais uma irregularidade apontada é o trânsito livre de pessoas desconhecidas nos corredores. “Existem muitas aulas vagas e os alunos circulam livremente ou simplesmente vão embora. Teve uma vez que uma mãe ficou desesperada porque não encontrou o filho na escola. Existem também pessoas que não são funcionários ou alunos e não são impedidos de adentrarem no prédio. Uma vez fiquei observando e vi que eles escalam as grades e pulam para sair. Para entrar escalam as árvores e pulam para dentro”, citou.

Alguns alunos, abordados fora da escola, contaram o que acontece durante as aulas. “Ali não há respeito. Já vi alunos fumarem Narguilê (tipo de cachimbo de água). Uns soltam bombas, outros colocam fogo nas latas de lixo e brigam com os professores. Alguns alunos ficam gritando durante as aulas e fazendo bagunça. Não como estudar direito”, disse um estudante, que também preferiu não se identificar.

Algumas mães denunciaram os fatos ao Ministério Público e registraram boletins de ocorrência no 6° Distrito Policial de Ana Jacinta para que sejam investigadas as denúncias. “O que nós queremos é que nossos filhos estudem com qualidade. Se isso não for possível, não há razão de a escola permanecer aberta”, desabafou outra mãe.