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O bullying não é brincadeira

Anita Adas

Coordenadora Pedagógica do Ético Sistema de Ensino

Brincadeiras de mau gosto na escola sempre existiram, mas no século XXI ganharam tamanha proporção que se tornaram um grande problema, hoje conhecido como bullying.

A palavra bullying deriva do verbo inglês bully e significa usar a superioridade física ou moral para intimidar alguém. Essa palavra tem sido adotada em vários países para definir todo tipo de comportamento agressivo, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais frágeis dessa relação, transformados em objetos de diversão e prazer por meio de “brincadeiras” maldosas e intimidadoras.

O bullying representa o fenômeno da violência moral velada e imposta por meio de comportamentos
desequilibrados, socialmente inadequados, intimidadores e repetitivos de um sujeito ou de um grupo contra uma mesma vítima.

Segundo informações divulgadas pela mídia e tímida bibliografia específica disponível, o bullying é
um fenômeno mundial. Estudos indicam que o bullying produz resultados graves, desde problemas de
aprendizagem até sérios transtornos de comportamento responsáveis por índices de suicídios e homicídios entre estudantes.

Apesar de ser um fenômeno antigo, mantém ainda hoje um caráter oculto, porque as vítimas não têm coragem de denunciá-lo. Isso contribui para o desconhecimento e a indiferença sobre o assunto,
impedindo ações de tratamento e solução de um problema que se agrava.

Diante disso, a reflexão a respeito do fenômeno, seguida de uma ação de emergência, se faz urgente.

É fundamental reconhecer que a vida humana está sendo banalizada, que está ocorrendo o distanciamento daquilo que é inerente e essencial à natureza humana: relacionar-se.

Sabe-se que a natureza humana não é espontaneamente generosa, respeitosa e solidária; virtudes
como essas devem ser rotineiramente aprendidas e exercitadas. Aqui, então, destaca-se um dos papéis da educação escolar: formar o sujeito social.

A escola é o primeiro contato da criança com o âmbito público; é um espaço plural por natureza.
É nela que crianças e adolescentes entram em contato com um conjunto de valores diferentes daquele de sua família — âmbito privado — e, assim, deverão aprender a estar na coletividade de forma harmoniosa e democrática.

Combater o bullying não é tarefa impossível; exige atenção, tempo, diálogo — amor. É preciso vencer a conformidade. De início, é fundamental que toda a comunidade escolar — gestores, professores, demais funcionários, alunos e pais — se conscientize de que o mundo tal como está é produto humano; somos todos responsáveis por ele.


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