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Matéria publicada no Portal G1 (Globo.com), 02 de outubro de 2012.

Metade dos calouros de matemática e física da USP não quer ser professor

Pesquisa realizada na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) mostra que metade dos alunos que ingressam nos cursos superiores de licenciatura em física e matemática não se interessa ou tem dúvidas se vai se tornar professor de educação básica. Ao todo foram aplicados 512 questionários para ingressantes nos cursos das licenciaturas em física, matemática e pedagogia e do bacharelado em medicina da USP.

As questões verificaram se os estudantes tinham interesse em ser professores da educação básica, que abrange a educação infantil (de zero 5 anos de idade) e os ensinos fundamental (de 6 a 14 anos) e médio (de 15 a 18 anos).

A porcentagem de alunos que não pensava em ser professor ou tinha dúvida sobre essa opção foi de 52% na licenciatura em física e 48% na matemática. Segundo a autora do estudo, a pedagoga Luciana França Leme, estes alunos disseram que optaram por tais cursos porque são gratuitos e porque planejam continuar os estudos com uma pós-graduação.

Na pedagogia, 30% descartaram seguir o magistério ou estão em dúvida, contra 60% que afirmaram ter interesse na docência. Entre os estudantes de medicina, 15% responderam que já pensaram em ser professores da educação básica, mas do ensino médio.

Luciana Leme afirma que o resultado não surpreende. `A carreira de professor é a que menos paga entre as que exige ensino superior. Como o salário e as condições de trabalho não favorecem, há um desprestígio na carreira. Os alunos querem seguir outras profissões mais bem remuneradas.`

A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado da pedagoga que resolveu estudar o tema porque estudos indicam uma escassez de professores no Brasil, em especial na área de ciências exatas.

A presença de bons professores em sala de aula seria uma das alternativas para reduzir o baixo aprendizado nas escolas públicas em matemática. Uma avaliação feita com alunos que cursaram em 2010 o 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas do país mostra que menos da metade (42,8%) das crianças aprendeu o mínimo do que era esperado no conteúdo de matemática para este nível do ensino.


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